Moana e Sete Minutos Depois da Meia-Noite

Não é bem depois da meia-noite, é depois das doze... mas precisava de um título legal pra usar no Brasil e eu acho que ficou melhor que o original "A Monster Calls".

Mas vou falar desse filme formidável depois, primeiro vamos de Moana


Acho que a coisa mais importante a dizer sobre esse filme é que não é um filme de princesa. A partir de agora, você vai ver várias ilustrações e montagens com a Moana no meio das princesas, mas ELA NÃO É PRINCESA. Isso é repetido pelo menos duas vezes no filme, para ficar bem estabelecido. Acho ótimo, sensacional. Meninas não precisam ser princesas, finalmente, hein, Disney?! Aliás, a Disney tem outras não-princesas, mas nunca tinha declarado isso com todas as letras como fez nesse filme. Pocahontas não é princesa, Mulan muito menos. Mas esta é uma resenha sobre Moana.


Bem, é um filme da Disney então você não tem que se preocupar em ser surpreendido com uma animação merda. Além de ser lindíssimo o 3D ajuda muito nas cenas passadas no mar (quase todas) e nas batalhas. Não é um musical, mas tem músicas. O tema da Moana é lindo, mas certamente não tão viciante quanto Let it Go - ou seja, é lindo. O momentos de alívio cômico vão desde o simples personagem que está lá pra te fazer rir, como o galo Hey Hey, até as tatuagens interativas de Maui. Falando em Maui, é sempre bom ver culturas não ocidentais sendo exploradas em mídias de grande alcance como filmes. Moana ainda por cima é uma antítese de Frozen: sol, mar, grandes espaços, calor, luz e uma protagonista que quer sair e não ficar sozinha. O final é meio previsível, mas todos sempre são, isso não quer dizer nada (tratando-se de filmes da Disney, que fique bem claro). E o curta antes do filme é um dos melhores.

Agora sim, Sete Minutos Depois da Meia-Noite *u*. 


O filme é do ano passado, mas estreou no Brasil agora no início de janeiro. Não tem nada de surpreendente no roteiro. Desde o trailer já fica claro que o monstro só existe na cabeça do garoto. E vocês sabem o que acontece quando um diretor não tem um plot twist pra oferecer? Ele tem que caprichar no filme. E que filme caprichado. O elenco é foda: desde a Sigourney Weaver arrebentando como a avó que tem que lidar com a doença da filha e com um neto frágil e tímido, que não tem mais ninguém que olhe por ele enquanto a mãe passa por quimioterapia, até o menino prodígio que interpreta o protagonista


O filme conta ainda com lindas animações desenhadas em aquarela, usadas nas narrativas do monstro. O roteiro é um primor, sobretudo quando o monstro ensina alguns princípios novos para o garoto. Coisas que fogem do óbvio, não por serem novas, mas porque precisam se uma segunda olhada para transparecer. A competência de todos os envolvidos com o filme é tamanha, que você se sente no lugar do protagonista, liberando a tensão enquanto quebra os móveis ou soca o bullying da escola na cara até mandá-lo pro hospital. Você fica tão envolvido que nem vê o tempo passar. Nem me sinto mal por elogiar um filme com roteiro adaptado. Ficou lindo Ç_Ç.

Recomendo os dois. Mas se você só puder ver um filme no cinema esse ano, veja Sete Minutos Depois da Meia-noite. Tô achando bem difícil algum filme superar.

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