Um resumo pra quem não quer ler até o fim: um filme de alguma princesa Disney com mulher pelada e sangue.
E esse resumo é a melhor forma de explicar o filme, é tudo bem Disney, uma mocinha bem mocinha (só porque ela se masturba não quer dizer que ela é má) e sonhadora com seu vizinho tão legal e sonhador quanto - logo no início do filme, eles assistem um vídeo do Bojangles com a Shirley Temple, não consigo pensar em nada mais descolado da realidade que isso. Um vilão bem bem bem vilãozão, com cara de mau, que mija na frente das ladies com as mãos na cintura; e não lava as mãos depois, mesmo que ele vá comer alguma coisa (tá bom, Del Toro, a gente entendeu que ele é maaaaachoooooooooooooo)
Eu só não estou muito arrependida de ter visto esse filme, porque como um filme do Del Toro, a direção de arte beira a perfeição. E no caso de A Forma da Água, também a trilha sonora.
Infelizmente o roteiro não é dos mais brilhantes e o único momento em que eu curti muito alguma fala do filme, foi quando o General Hoyt explicou pro Strickland (que nomão de vilãozão, hein?!) que o único valor em um homem como ele, era seguir ordens - mas não foi desse jeito tosco, foi um discurso certeiro de duas frases sobre decência, e eu fiquei, "aeaeaeae bem feito, tomou no cu!!!" Porque sim, você torce pela Elisa e pelo monstro marinho.
Ainda sobre o roteiro, chega a ser triste o quanto tudo é previsível, por exemplo, as cicatrizes no pescoço. Fora elementos desnecessários, como o doutor Hoffstetler ser russo. Ele poderia tranquilamente ser norte-americano trabalhando para alguma empresa privada ou uma célula clandestina, mas daí... daí sei lá... eu nem consigo pensar num motivo pra que eles tenham pensado em russos.
Como gosto do Del Toror, dói saber que esse filme só não é mais esquecível porque tem ambientação de época perfeita, lindas interpretações e muitas indicações ao Oscar (roteiro, por que?!)
Se você não pode ver muitos filmes no cinema, guarde seu dinheiro para Todo Dinheiro do Mundo, que consegue ser melhor apesar do Mark Whalberg, ou O Destino de Uma Nação, ou O Artista do Desastre.
Eu tenho uma questão sobre o monstro marinho e a Elisa, que eu fiquei pensando assim: se o monstro marinho é o único da espécie dele, mas no final (só no final risos) a gente fica sabendo que a Elisa também é, ou sejam são os dois únicos, eles são irmãos? Ou o monstro seria pai dela? Fica a pergunta.
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